Ohaiyo gozaimasu! Tudo bão com vocês? Quem vem curtindo as últimas matérias do blog? Bem, eu venho falando muito de cultura, dos hábitos dos japas, mas quase não falo dos locais, e é pra isso que eu criei a tag “Lugares”. E na terrinha do sol nascente há sempre muito lugar interessante pra se visitar, seja a histórica cidade de Kyoto, o monte Fuji, e tem um lugar que é… especial a sua maneira. Um lugar que mete medo em muito marmanjo. Cenário de filmes e que já faz parte da cultura local. Com vocês, Gunkanjima, a ilha fantasma. 

A ilha de Hashima (também conhecida como Gunkanjima – navio de guerra em japonês) é uma das mais de 500 ilhas desabitadas ao redor do japão. Não é uma ilha muito grande, não tendo muito mais do que 1 Km² de extensão. Mas o que faz dessa ilha um lugar especial? Bem, muita gente não sabe, mas o Japão não é um poço gigantesco de fontes de energias como o Brasil. Muito menos em 1890. Geralmente, as fontes de energias não eram renováveis, e a mais utilizada na época. E a ilha de Hashima, que fica a 15 km de Nagasaki era cheia disso. Pensando nisso, a Mitsubishi Corporation, uma das maiores empresas do mundo na época, comprou a ilha da prefeitura. Isso mesmo, uma empresa comprou uma ilha inteirinha. 

Com milhares de trabalhadores na ilha, logo ficou apertado uma ilha menor que um bairro de São Paulo pra tanta gente. Uma das soluções foi criar vários prédios altos. Só que ainda assim a ilha sofria com a própria natureza, com ondas grandes e tufões (a natureza no Japão parece que é meio doida). Foram construídas paredes de concreto ao redor da ilha. É por isso que vista de longe parece um navio, pela silhueta que os prédios formam e pelas paredes do concreto ao redor da ilha, dai o nome Gunkanjima. Só que nem sempre as coisas vão como se espera, e uma coisa melhor que o carvão surgiu para os japoneses: o petróleo. Mais não foi só isso que fez a ilha de Hashima vir uma ilha fantasma habitada por gatos, ratos e baratas (acho que agora só tem ratos e baratas), teve uma coisa chamada bomba atômica, que fez um monte de japoneses pularem em alto mar desesperados pra nadar até Nagasaki. 

Em 1974 a ilha foi desativada, e mais de 5.000 “olhos-puxados” saíram da ilha, quase que todos de uma vez. A ilha foi considerada patrimônio da humanidade pela ONU e depois de mais de 30 anos ela foi aberta para visitação, mas só pro cruzeiros que circulam a ilha (nem por helicóptero, porque as vibrações podem fazer os prédios em ruínas desabarem). Em 2009 o Google mandou uma equipe do carrinho Street View pra mapear o lugar. A ilha é tão foda que foi usada como cenário pro filme de terror japonês “Battle Royal II” e pro game de survival terror “Killer 7”, além de servir de inspiração para o esconderijo do vilão de 007 – Operação Skyfall, aonde o grande Javier Barden se escondia em uma ilha que era a cara de Gunkanjima. 

Foram construídas paredes de concreto ao redor da ilha. É por isso que vista de longe parece um navio, pela silhueta que os prédios formam e pelas paredes do concreto ao redor da ilha, dai o nome Gunkanjima.

Falou galera, obrigado por acompanharem mais essa matéria super interessante e se um dia forem a Nagasaki não deixem de visitar a ilha de Hashima hein? Sayonara!